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Ceratocone

Ceratocone é uma doença do olho caracterizada pelo aumento progressivo e irreversível da curvatura da córnea (parte anterior transparente e protetora do olho), bem como pela diminuição progressiva de sua espessura. Em outras palavras, a córnea torna-se “pontuda” e “fina”.

O termo "ceratocone" deriva do grego kéras (córnea) e do latim conus (cone).

Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, trata-se de condição rara, encontrada em todas as raças, nas diferentes partes do mundo, com prevalência que varia de 4 a 600 casos por 100.000 indivíduos.




Quais são as causas?


A causa exata do ceratocone ainda permanece desconhecida. Porém sabe-se que fatores genéticos estão diretamente envolvidos no seu aparecimento. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, cerca de 6 a 8% dos casos tem histórico familiar.

Alguns fatores externos também atuam acelerando a progressão do ceratocone, como traumas repetitivos durante o hábito de coçar os olhos cronicamente. Acredita-se também que a infecção por alguns vírus possa desencadear reações imunológicas capazes de estimular sua progressão.


O que acontece com a visão?


No estágio inicial, os pacientes apresentam baixa da visão (principalmente noturna) e aumento progressivo da miopia e principalmente do astigmatismo. Nesse estágio inicial, o uso de óculos ou lentes de contato gelatinosas é capaz de oferecer uma boa visão ao paciente. Alguns pacientes se estabilizam nesse estágio inicial.


Com a evolução do ceratocone, o astigmatismo aumenta bastante e se torna irregular (gerando uma imagem borrada e distorcida), e os óculos passam a não mais oferecer uma visão satisfatória, reduzindo muito a qualidade da visão noturna. Nesse estágio, somente as lentes de contato duras (rígidas) são capazes de melhorar parcialmente a visão. Muitos pacientes apresentam uma estabilidade relativa ou lenta progressão do ceratocone nesse estágio.

Os pacientes não apresentam dor ou desconforto ocular nesses estágios iniciais da doença.


O aumento da curvatura (formato de cone) não pode ser visto a olho nu. Em muitos casos, infelizmente, o ceratocone continua evoluindo progressivamente e a adaptação e tolerância as lentes de contato rígidas vão se tornando cada vez mais limitadas. O aumento da protuberância na região central da córnea (cone) dificulta a estabilidade das lentes de contato, e diminui a visão do paciente. No estágio final do ceratocone, o transplante de córnea passa a ser a única alternativa terapêutica capaz de restabelecer parcialmente a visão.




Quais são os sintomas?


Existem casos específicos em que o ceratocone não apresenta sintomas. No entanto, quando eles aparecem, podem variar de acordo com o grau do ceratocone.

Os principais sintomas que podem ocorrer:

  • Desfoque da visão (podendo evoluir com o agravamento da doença);

  • Fotofobia (aumento da sensibilidade à luz);

  • Dificuldades para enxergar à noite;

  • Dificuldades para realizar atividades rotineiras, como ler e dirigir;

  • Diplopia (visão dupla);

  • Surgimento ou aumento de miopia e astigmatismo;

  • Poliopia (formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto ou de halos ao redor de fontes de luz.

Pra quem já trata algum erro refrativo, o ceratocone pode aumentar o grau ocular, sendo necessário adequar os óculos e as lentes de contato, ou reaver o tratamento.

Além dos sintomas citados acima, o ceratocone pode evoluir e gerar complicações mais graves. É o caso, por exemplo, do chamado Sinal de Munson (quando o paciente olha para baixo e sua pálpebra inferior é empurrada pela córnea) e a Hidropsia corneana (quando ocorre uma ruptura da membrana, o humor aquoso flui para dentro da córnea e acontece a perda aguda da visão).

Como é o tratamento do Ceratocone?


O tratamento depende do estágio de evolução:

  • Estágio I (inicial) – Óculos e Lentes de Contato Gelatinosa + Crosslinking da córnea

  • Estágio II (inicial a moderado) – Lentes de Contato Rígida + Crosslinking da córnea

  • Estágio II/III (moderado) – Implante de Anel (indicado somente em casos específicos) + Crosslinking da córnea

  • Estágio IV (avançado) – Transplante de Córnea


Atenção:


  1. É indispensável que os pacientes consultem-se regularmente com o seu Oftalmologista para diagnosticar precocemente a doença, evitando os fatores que podem estimular sua evolução.

  2. Coçar frequentemente os olhos causa danos na estrutura da córnea, fazendo com que o ceratocone alcance estágios mais avançados e prejudique a visão.

  3. Sentir frequentemente coceira nos olhos não é algo normal, podendo ser indicativo de algum problema. Por isso, consulte-se com um Oftalmologista para que se obtenha um tratamento adequado. Evite automedicar-se. Existem muitos colírios contendo corticosteróides em suas fórmulas que, se não forem adequadamente utilizados, podem desenvolver catarata e glaucoma e levar o paciente à cegueira.


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1 comentario


andreiagroke
30 jun 2021

Ótimas informações sobre a doença, pois é uma doença relativamente nova e muitas pessoas ainda não tem o conhecimento que possam ter ceratocone.

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