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Síndrome de Estocolmo

Atualizado: 30 de jul. de 2020


Este termo ficou bem conhecido após ser utilizado na série espanhola La Casa de Papel, onde uma das reféns de um assalto a banco se apaixona por um dos sequestradores e, posteriormente, a vítima se torna parte integrante dos sequestradores, recebendo o nome de Estocolmo.

Síndrome de Estocolmo é o nome normalmente dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo amor ou amizade pelo seu agressor.


Há a possibilidade, amplamente considerada do ponto de vista psicanalítico, de que para algumas pessoas vítimas de assédio semelhante, possam desenvolver algum mecanismo inconsciente irracional de defesa, na tentativa de projetar sentimentos afetivos na figura do sequestrador ou abusador que possam "amenizar" ou tentar "negociar" algum tipo de acordo entre a relação vítima/agressor na tentativa de reduzir a tensão entre os entes envolvidos.


De uma forma geral, estes processos psíquicos inconscientes e sua relação entre vítima/agressor, podem perfeitamente ser entendidos em uma ampla gama de contextos onde a situação de agressor e abusado se repete. Inclusive no caso de mulheres que sofrem agressão por parte dos cônjuges e mesmo muitas vezes tendo recursos legais e apoio familiar para abandonar o agressor, ainda persistem em conviver sob a atmosfera de medo.


A definição “formal” da Síndrome de Estocolmo é: a vítima de agressão, sequestro ou abuso desenvolve uma ligação sentimental ou empatia por seu aproveitador.




De onde surgiu esse termo?


O que se sabe é que o termo foi dado pelo psiquiatra e criminologista Nils Bejerot e foi usado na mídia pela primeira vez em 1973 após um roubo a banco na cidade de Estocolmo, na Suécia.

Durante o roubo, 2 assaltantes fizeram 4 funcionários de reféns. Depois de 6 dias, os reféns foram soltos e usaram seus próprios corpos como forma de proteger a integridade física dos assaltantes. Eles também se recusaram a testemunhar contra os assaltantes e passaram a defendê-los porque, segundo eles, haviam sido bem tratados, mesmo com as ameaças e atos de violência sofridos. Os quatro ainda disseram que sentiram mais medo da polícia do que dos sequestradores.





O caso mais famoso e mais característico desta síndrome é o de Patty Hearst, que desenvolveu a síndrome em 1974, após ser sequestrada durante um assalto a banco. Depois de libertada do cativeiro, Patty juntou-se aos seus sequestradores, indo viver com eles e sendo cúmplice em assaltos a bancos.





As pessoas que desenvolvem a Síndrome de Estocolmo costumam apresentar sintomas como:


  • Confusão mental, depressão, agressão, culpa, dependência do aproveitador e distúrbio de estresse pós-traumático;

  • Ansiedade, irritabilidade, impulsividade e timidez;

  • Os problemas anteriores também podem gerar quadros de restrição de comida, sono e socialização.

Esta Síndrome é real?


Segundo o Instituto Paulista de Psiquiatria, esta síndrome não tem respaldo científico pois há poucas publicações sobre o assunto e pouco suporte para a Síndrome de Estocolmo como um caso psiquiátrico válido e que pode ser diagnosticado.

A síndrome não é utilizada na literatura e nunca foi colocada no “Diagnostic and Statistical Manual” (DSM5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria e usado e reconhecido mundialmente como um manual de referência de doenças mentais.

Segundo eles, a descrição da Síndrome de Estocolmo se encaixa em alguns casos de abuso e sequestro descritos pela mídia. Mas não é uma doença mental reconhecida e aceita pela comunidade psiquiátrica. No entanto, isso não diminui a importância e a relevância dos quadros de sofrimento mental.


Se você suspeita ou está realmente passando por algum quadro de sofrimento mental, desde estresse, ansiedade ou até transtornos alimentares, depressão e estresse pós traumático, busque atendimento médico e psiquiátrico.


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