Você já ouviu essas frases:
“Você ronca.” “Quase não dormi esta noite de tanto que você roncou.”?
E se você ouviu, é muito provável que você ou a pessoa acusada de roncar negou que roncou. Isso porque as pessoas que roncam, na maioria das vezes, nem se quer se dão conta disso.
Que tal entender por que isso acontece?
O que é o ronco?
Nós temos diversos mecanismos responsáveis por manter as vias aéreas desobstruídas e facilitar a respiração. Porém, durante o sono, onde estamos em repouso, há uma diminuição do gasto energético e consequentemente do oxigênio. O organismo se encontra em metabolismo basal* e ocorre uma diminuição do tônus muscular dos músculos da faringe, ou seja, os músculos relaxam. Ocorre então, a diminuição do espaço e maior resistência ao fluxo aéreo. Esse estreitamento nas vias aéreas dificulta a passagem do ar e provoca uma vibração nos tecidos da garganta, gerando o barulho do ronco.
*Metabolismo basal é o mínimo de energia necessária para manter as funções do organismo em repouso, como os batimentos cardíacos, a pressão arterial, a respiração e a manutenção da temperatura corporal.
Quais as causas do ronco?
Alguns fatores podem predispor ou piorar o ronco, como dormir de costas, a obesidade e o uso de substâncias que relaxam a musculatura da faringe, como o álcool ou medicamentos sedativos.
Também podemos citar: rinite, sinusite, obstruções nasais, asma, amígdalas e adenoides hipertrofiadas, pólipos no nariz, desvio de septo, queixo retraído, histórico familiar, envelhecimento.
Tabagismo, excessos alimentares antes de dormir, refluxo gastroesofágico, resfriados e alergias podem piorar o ronco.
Diagnostico
A avaliação envolve levantar a história do paciente, descobrir se ele tem distúrbios respiratórios, a frequência e a intensidade dos roncos, entre outros fatores. É importante levar o companheiro de quarto na consulta ou uma pessoa próxima, pois dificilmente o paciente tem consciência do que lhe acontece durante o sono. O exame físico criterioso e a polissonografia (exame que monitora as atividades do paciente durante o sono) ajudam a fechar o diagnóstico.
Tratamento
Mudança de comportamento: perder de peso, evitar sedativos, dormir de lado, tratar alergias e obstrução nasal, parar de fumar, evitar álcool e não ingerir alimentos em excesso antes de dormir.
Usar um dispositivo intra-oral e CPAP. Além de melhorar as crises do ronco, o CPAP afasta riscos de problemas cardiovasculares e hipertensão.
Intervenção cirúrgica: cirurgia nasal, cirurgia do palato e cirurgia bariátrica.
Atenção: Antes de iniciar qualquer tratamento, procure um especialista da área. Com certeza ele lhe ajudará a dormir melhor!
Você sabia?
Cerca de metade da população ronca em algum momento da vida. Dados sugerem que mais de 20% dos indivíduos adultos e 50% dos homens acima de 60 anos apresentam ronco.
O Complete Home Medical Guide (Guia Médico Completo do Lar, do Colégio de Médicos e Cirurgiões da Universidade de Colúmbia) aconselha: “O número de homens que roncam é 20 vezes maior do que o de mulheres. Mais da metade dos que roncam são pessoas obesas, o que dificulta ainda mais o fluxo normal do ar. Perder peso é, por isso, uma parte importante da terapia.”
O barulho produzido pelo ronco e o de uma broca é igual: entre 50 e 100 decibéis. Dormir do lado de uma pessoa que ronca então, é a mesma coisa que dormir ao lado de uma obra.
Roncar ou não pode ser um fator hereditário. 70% das pessoas que roncam também têm pais e parentes próximos que sofrem do distúrbio.
Não há relação entre o país de origem ou residência da pessoa e os roncos. No entanto, foi confirmado que a Itália é o país que abriga mais roncadores. Se você for pra lá, não se esqueça de levar protetores de ouvido!
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